domingo, 28 de fevereiro de 2010

Enlightenment



Enlightenment, em inglês, significa “iluminação”. No Yoga esse é o objetivo final da prática e que também pode ser compreendido por “libertação”. Mas, por que não colocar o título desse artigo em português como Iluminação ou Libertação? A idéia aqui é refletirmos sobre como o Yoga vem sendo abordado e explorado na atualidade. Parece que cada vez mais há uma necessidade de sofisticar ou modificar aquilo que já está mais do que definido e compilado. Mas, aonde estamos querendo ir ou chegar com tudo isso?

É interessante notar, aqui no Brasil, como as pessoas se sentem mais confortáveis e seguras com aquilo que vem de fora, com o que é importado. Vocês já perceberam quando vem um professor estrangeiro ministrar um curso aqui no Brasil? Nada contra os professores estrangeiros, mas muitas vezes parecem ser mais celebridades do que professores de Yoga. Até mesmo em tempos de crise parece que a indústria que existe por trás do Yoga está cada vez mais forte com as suas novas tendências.

Nesse ano após chegar da Índia me deparei com os novos anúncios de cursos, formatos e linhas de prática que estão sendo lançados. Gostaria que o caro amigo leitor refletisse sobre: qual é o nosso compromisso com a prática quando "compramos" ou "vendemos" essas idéias?

AcroYoga

Uma das frases que descrevia o workshop de AcroYoga era: “Vamos “voar” com a prática de AcroYoga”. Outra: “Mistura a sabedoria do yoga, a compaixão da Massagem Thai e o poder da acrobacia. Essas três linhagens ancestrais compõem uma prática inovadora e divertida que cultiva a confiança e a conexão entre os participantes”.

Aí me pergunto: Vamos “voar” para onde? A prática, justamente, não nos convida a cultivar as nossas ações no presente com o pé no chão? Se é uma prática inovadora por que se apropriar do conceito Yoga se ela mistura com tantas outras práticas? Por que, então, não nomeá-la AcroThai? Talvez, por que assim os criadores dessa prática perderiam o seu principal público alvo: pessoas que são leigas sobre a prática ou aquelas que adoram estar na última moda do Yoga. Além disso, é colocado que é uma prática divertida. Lembrando, que a palavra divertir no dicionário Dicionário Houaiss significa: desviar, distrair a atenção, fazer esquecer.

Se você ainda não conhece o AcroYoga dê uma navegada no YouTube (www.youtube.com) e veja do que se trata essa prática. É muito interessante ver um círculo de pessoas admirando os artistas em suas performances. Flashes, aplausos e muita admiração.

Coaching Profissional

Veja esta outra pérola: “Descrição do propósito do curso: profunda investigação da relação de cada participante com o dinheiro; crenças limitantes, identificação de obstáculos ao desenvolvimento de uma carreira sólida e próspera; técnicas de superação dos obstáculos; reflexão e desenvolvimento de novas possibilidades de atuação para o professor de Yoga; noções de marketing e marketing pessoal; desenvolvimento de um projeto pessoal para maximizar a atuação profissional”.

“A quem se destina: ao professor de Yoga e ao terapeuta que decidiu repensar a forma de conduzir sua atuação, ampliar suas possibilidades profissionais e gerar mais reconhecimento e prosperidade, sempre respeitando os valores éticos do Yoga”.

Parece existir, agora, uma necessidade dos professores de Yoga serem grandes marketeiros, saberem vender o seu peixe. Será que um curso como esse é realmente importante para um professor de Yoga? Será que uma pessoa que estuda, que pratica, faz cursos, naturalmente, não terá o fruto do seu esforço reconhecido?

Se tivesse ouvido esse termo Coaching Profissional num outro contexto, provavelmente, imaginaria tratar-se de uma matéria da revista Pequenas empresas & Grandes negócios ou algum tipo de MBA (Master Business Administration).

Certificate

Você já ouviu falar no tal do “Certificate”? Se você não tem um desses está arriscado a ficar fora de um curso, de um grupo ou até mesmo de um local para trabalhar. O Certificate parece estar virando sinônimo de status. É possível ver isso bem claro em algumas linhas de prática de Hatha Yoga tanto no Brasil quanto no exterior.

Concordo, que as pessoas devem se aprofundar na prática e nos estudos fazendo workshops, cursos, formações, viagens como forma de aprimorar o seu conhecimento em Yoga. Contudo, parece que o foco é outro. A cultura do Certificate está voltada praticamente para as técnicas de ásanas (posturas).

Esse novo modelo está alimentando uma nova indústria, a indústrias dos experts em ásanas! Não sei ao certo, se há um egocentrismo por parte dos autores de determinadas linhas de práticas para que elas não sofram alterações, que não sejam adulteradas. Mas, será que é realmente possível perpetuar uma prática sem que ela se modifique ou se adapte ao longo dos tempos? Será que ela deveria ser posse de alguém?

Até aonde eu entendo o Yoga é transformação assim como a vida. Portanto, para que essa necessidade de criar tantas regras, o jeito certo e o jeito errado de se praticar? Será que isso não está limitando e fechando a possibilidade das pessoas experimentarem o que o Yoga tem a oferecer? Sempre haverá ensinamentos diferentes para necessidades diferentes! Se pensarmos que esses pedaços de papel estarão garantindo algo para o futuro corremos o risco de limitarmos cada vez mais a prática.

Liquid Ásana

Descrição do evento: "A dança fluida do Vinyasa Yoga Flow... uma espécie de ritual urbano, que catalisa e aprofunda o fluxo de Prana Shakti... e a energia vibrante e sensual que existe em todos nós como potencial criativo".

Alguém já parou para pensar o significado da palavra ásana? Ásana significa assento, lugar para sentar. Na definição de Patañjali encontramos um outro significado para ásana, como sendo uma postura firme e confortável.

Você já imaginou como deve ser um assento ou executar uma postura líquida? Interessante é notar a sofisticação das palavras para definir esse novo conceito de prática. Será que, realmente, foi possível compreender a proposta da prática

Mais um novo nome...

Preparem-se para mais um novo estilo de prática, o Power Vinyasa Yoga Flow. Se mais para frente vocês ouvirem que alguém está praticando o Mega Super Extra Ultra Plus Power Soft Vinyasa Yoga Flow não se assustem. Fui eu que inventei essa prática!

É impressionante como existe a necessidade de sempre ser reinventado um nome para a mesma velha prática de Hatha Yoga. Por que existe essa necessidade de preenchimento? O que limita uma prática para que novos nomes surjam?

Parece que a necessidade de sentir sthira (firmeza) e sukham (conforto) está mais no nome do que na prática em si.

Concluindo, acho que deveria existir mais responsabilidade dos veículos que estão divulgando o Yoga, como: organizadores, professores, livros, revistas, sites, espaços, etc, pois as pessoas que são leigas no assunto merecem saber ao certo do que se trata essa tradição milenar. Tem muita gente do meio do Yoga contribuindo para uma descaracterização e simplificação do Yoga. Lamentável!

Fora isso, existe uma indústria que fomenta ainda mais o consumo de produtos, tendências, comportamentos, a última moda do Yoga como se fosse um “fast-food espiritual”. A linha é tênue como o fio de uma navalha. Se não nos dermos conta estaremos cada vez mais suscetíveis a nos identificarmos com aquilo que o Yoga não é e nos sujeitando a viver na normose (“doença de ser normal numa sociedade medíocre” - definição do prof. Hermógenes).

Sabemos que o Yoga não é fixo e como toda tradição é natural que ela se adapte. Na minha opinião, essas adaptações deveriam obedecer os princípios básicos do Ashtanga Yoga (Yoga de Patañjali). Mas, que tipo de adaptações ou rigidez são essas encontradas hoje em dia?

O Yoga não deveria ser compreendido como sendo uma técnica ou um método. Isso é limitar demais a prática!

Deveríamos nos recordar que o Yoga começa pelos Yamas e Niyamas, os alicerces do Yoga. Se isso não estiver bem claro poderemos estar praticando e vendo o Yoga com a motivação equivocada. Por isso, a importância do estudo. A prática sem o conhecimento, assim como o conhecimento sem a prática não vale muita coisa!

Não importa o que leva uma pessoa a praticar Yoga. Algumas já têm o objetivo bem claro, outras não. Com o tempo é natural que ela se dê conta do que o Yoga representa e isso é transformador. Contudo, alguns veículos responsáveis não estão contribuindo para que isso aconteça. Dessa forma, o Yoga será vítima cada vez mais de conceitos e abordagens sem o menor sentido.

É importante lembrar que o Yoga serve para recordar, despertar o que já somos. Serve como meio de compreensão de qual é o nosso papel nesta vida. Yoga é meio e fim ao mesmo tempo. Yoga é consciência! Yoga é o processo de transformarmos o nosso avidyá (ignorância) em consciência divina. Yoga nada mais é do que uma forma de viver e de agir.

E aí eu volto a pergunta do início do artigo: qual é o nosso compromisso com a prática quando "compramos" ou "vendemos" essas idéias?

Om

Texto de Vicente Morisson

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Made in India #2

Mais uma pérola que encontrei por aqui.
Se você já não atrai mais as pessoas com um simples nome, que tal colocar "astro" na frente?

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Made in India

Este sou eu, aqui na India. Estou tentando entender, até agora, o significado de "Galactic Chronicles"!
Alguém se candidata a dar um palpite?

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

"Guru" é indiciado por mortes em ritual de purificação nos EUA

Não estamos falando de Yoga especificamente neste caso. Mas é um lembrete do que já ocorreu aqui no Brasil com um "Guru" Yogi.

Devemos prestar bastante atenção antes de nos atirarmos nestas experiências que nos prometem curas e riquezas.

Os "Gurus" deviam conhecer melhor as condições de saúde das pessoas que os procuram antes de colocá-los em situações perigosas.

Namaste!

Bruno Jones


Um famoso guru de autoajuda americano foi acusado formalmente nesta quarta-feira de homicídio culposo pela morte de três pessoas em um retiro no Arizona, em que ele oferecia palestras motivacionais e tratamentos holísticos de purificação física e espiritual.

James Ray, que chegou a ser entrevistado nos conhecidos programas de TV de Oprah Winfrey e Larry King, se entregou à polícia no escritório de seu advogado e foi levado preso.

As mortes ocorreram durante um evento de cinco dias chamado de "Guerreiro Espiritual", promovido no Centro de Retiros de Angel Valley, em outubro do ano passado, cerca de 180 kmo norte de Phoenix.

Na ocasião, o grupo participava de um ritual em uma sauna, quando várias pessoas começaram a passar mal. Além de longas sessões na sauna, o evento incluía um jejum de 36 horas.

"Este foi um acidente terrível, mas foi um acidente, não um ato criminoso", disse seu advogado, Luis Li, acrescentando que Ray acredita que sua inocência será provada.

"James Ray cooperou com cada passo da investigação, apresentando informações e testemunhas para as autoridades, mostrando que ninguém poderia ter previsto o acidente", disse Li.

Segundo o New York Times, Ray é presidente de uma empreendimento multimilionário "que promete a seus seguidores um caminho para 'riqueza harmônica em todas as áreas de sua vida'".

Desidratação

Serviços de emergência foram chamados ao rancho onde foi realizado o evento no dia 8 de outubro, depois que cerca de 50 pessoas disseram estar sentindo dificuldades para respirar.

Os participantes estavam reunidos em uma sauna tradicional, usada por índios americanos em rituais, em uma estrutura de madeira coberta de plástico e cobertores. No interior, havia pedras quentes onde era jogada água, para gerar vapor.

Várias pessoas passaram mal durante a sessão de mais de duas horas, chegando a vomitar no local.

Dois participantes desmaiaram durante a cerimônia e morreram mais tarde, na mesma noite. Um terceiro participante morreu uma semana depois, após entrar em coma.

Dezoito pessoas foram levadas ao hospital sofrendo de sintomas que iam da desidratação à falência nos rins.

Alguns dos participantes disseram que Ray encorajou as pessoas a continuar a participar da cerimônia, apesar de algumas terem passado mal.

As informações são de que alguns dos participantes pagaram até US$ 9 mil (cerca de R$ 16 mil) para participar do evento.

Andrea Pucket, cuja mãe, Liz Neuman, 49 anos, morreu no evento, disse estar aliviada com a prisão de Ray.

"Ajuda o fato de ele estar, por agora, sendo impedido de fazer o que vinha fazendo, de prejudicar outra pessoa, e este é o maior alívio para mim e minha família agora", disse ela à agência de notícias Associated Press.

http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4245351-EI8141,00-Guru+e+indiciado+por+mortes+em+ritual+de+purificacao+nos+EUA.html

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Au-autoconhecimento?

Para cãezinhos que buscam discernimento e desapego!!

Já que seus donos não conseguem...

Yoga é só para ganhar dinheiro!!!!

Só faltava esta....

E o pior...é certificado pelo Yoga Alliance!!!!



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